EXPOSIÇÃO ITINERANTE “PALMARES VIVE!”: RESISTÊNCIA, MEMÓRIA E CONSCIÊNCIA NEGRA EM PELOTAS 

EXPOSIÇÃO ITINERANTE "PALMARES VIVE!": RESISTÊNCIA, MEMÓRIA E CONSCIÊNCIA NEGRA EM PELOTAS 

A Exposição “Palmares Vive!” em Pelotas: Um Marco de Consciência e Resistência 

Entre os dias 10 e 27 de setembro de 2025, o salão Frederico Trebbi, localizado na Prefeitura Municipal de Pelotas, tornou-se palco da exposição itinerante “Palmares Vive!”. A mostra trouxe ao município uma reflexão sobre a história, a resistência e a sociabilidade negra, em pleno período de celebrações do tradicionalismo gaúcho, evidenciando a importância da diversidade de narrativas na construção da identidade regional. 

Contexto e Relevância da Mostra 

A realização da exposição em Pelotas, durante um momento em que a cidade respira eventos ligados ao tradicionalismo gaúcho, foi especialmente significativa. A proposta não foi de concorrência entre pautas culturais, mas sim de diálogo e reconhecimento dos múltiplos atores históricos que compõem o cenário local. Esses elementos demonstram a riqueza e a vitalidade das experiências negras no Rio Grande do Sul, promovendo o reconhecimento de trajetórias muitas vezes invisibilizadas. 

Programação e Engajamento Comunitário 

A programação da exposição foi enriquecida por três atividades principais: uma oficina de mediação para professores e educadores sociais, uma roda de conversa com ativistas, intelectuais e lideranças comunitárias negras locais, e uma caminhada pelo Passo dos Negros, incluindo registros e diálogos com a comunidade. Essas ações reforçaram o caráter participativo e educativo da mostra, promovendo o intercâmbio de saberes e o fortalecimento de redes locais. 

Passo dos Negros: Patrimônio de Pelotas 

Construída em 1854, a Ponte dos Dois Arcos é uma estrutura de pedra localizada no prolongamento da Avenida São Francisco de Paula, próxima ao Banhado do São Gonçalo. Foi erguida por pessoas escravizadas das charqueadas da região, sobre o antigo Corredor das Tropas — caminho por onde passavam tropas de gado rumo às charqueadas, essenciais à economia pelotense do século XIX. A ponte é um símbolo da memória negra na cidade e um importante patrimônio na cidade, ainda em processo de estudo e reconhecimento institucional. 

A localidade é marcada por memórias profundas da diáspora africana, sendo um território de resistência e reconstrução identitária. Hoje, é habitado por famílias que mantêm viva a história do lugar, tornando-o um patrimônio imaterial em constante transformação e reivindicação de reconhecimento.  

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolve projetos de extensão e pesquisa no Passo dos Negros, com foco em memória, identidade, urbanismo e justiça social. Esses projetos fortalecem o vínculo entre universidade e comunidade, contribuindo para a visibilidade e valorização do Passo dos Negros como espaço de memória e cidadania ativa. 

 

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Para saber mais, acesse: 

 

https://www.analangone.art/engenhoecharqueada 

https://www.instagram.com/passodosnegros_ancestralidade/ 

https://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/handle/prefix/15331/EDUCA%c3%87%c3%83O%20PATRIMONIAL%20ANTIRRACISTA.pdf?sequence=1&isAllowed=y 

https://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/handle/prefix/14815/simone.pdf?sequence=1&isAllowed=y