No ano de 2022, o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (MARS) elaborou o
projeto Ciclo Itinerante Palmares Vive!, a adaptação em banners da significativa
exposição “Palmares não é só um, são milhares: 50 anos do 20 de Novembro”, com o
intuito de itinerar pelos municípios do interior do estado, especialmente junto às
comunidades quilombolas, centros de cultura, clubes sociais negros e escolas. A exposição original foi inaugurada em novembro de 2021 e aberta à visitação pública até junho de 2022, e fez parte das celebrações do Cinquentenário do 20 de Novembro do Estado do Rio Grande do Sul.
Este atual projeto de itinerância nasceu de demandas e aspirações dos próprios agentes, lideranças e associações negras e negros envolvidos na produção e curadoria da referida exposição: da Associação Cultural e Religiosa Maçambique de Osório, da Associação Negra de Cultura, e de lideranças de comunidades quilombolas de Mostardas e Tavares que as externaram junto ao MARS.
Considerando as temáticas, os acervos significativos reunidos e o conjunto imagético, documental e narrativo de valor patrimonial às histórias, às trajetórias de lutas, resistências, existências e pertencimentos negros houve apelo pela perenidade da expografia, pela remontagem e atualização de módulos que pudessem ser replicados em muitos outros contextos para as coletividades negras. Cabe citar que as lideranças quilombolas também representadas na Câmara de Vereadores de Mostardas, demandaram através da solicitação formal do Vereador Jorge Amaro e do Centro Cultural deste município, pela remontagem da exposição naquele espaço, o que demonstra seu alcance e importância.
Nesta perspectiva, o objetivo geral do projeto é, em primeira instância, atender a essas
demandas e estender às comunidades quilombolas, associações negras e comunidades
negras em geral que, no interior do estado, não puderam ver sua própria representação
expográfica, ofertando de modo abrangente e descentralizado oportunidades para sua
visitação e visualização. A exposição “Palmares não é só um, são milhares: 50 anos do 20 de Novembro” foi um marco nas relações do MARS junto às comunidades negras
articuladas às suas aspirações de celebração e reflexão crítica de suas memórias coletivas
e sensibilidades patrimoniais. Nesta perspectiva, o MARS compreende as ações
museológicas visando também às reflexões de uma antropologia das relações étnico raciais de nosso estado, e seu prolongamento em formato de exposições itinerantes fortalece a agência do MARS com um produto cultural que possibilita a maior extensão desta articulação como ação patrimonial em diálogos com as memórias sociais negras dispersas em diferentes comunidades e territórios.
Em seu formato adaptado, a exposição itinerante compreende dois módulos – dois
conjuntos de banners que conformam, em imagens, pequenos textos e legendas. O
primeiro módulo, Ciclo Itinerante Palmares Vive! Quilombos do RS: Resistência e
Territorialidade sintetiza o módulo homônimo de curadoria de Mariana Balen Fernandes,
concebido em sete painéis/banners. Expõe fotografias de contextos cotidianos de comunidades quilombolas, e de suas lutas e resistências, além do Maçambique de Osório antigo e contemporâneo, e traz a imagem de uma árvore representando as raízes comuns, os troncos e a ideia de ancestralidade.
O segundo, com o nome do projeto Ciclo Itinerante Palmares Vive!, recria em sete
painéis/banners os demais módulos concebidos por seus curadores numa exposição
sintética adaptada da exposição geral. Com exposição de fotografias e colagens tematiza a instituição do 20 de Novembro como data da Consciência Negra pelo Grupo Palmares e a liderança e ativista de Oliveira Silveira, os clubes sociais negros, as artes negras jovens contemporâneas, do hip hop e dos grafites, a imprensa negra e os ativismos negros desde o século XIX. Seguindo a arte e identidade visual da exposição original, podem inclusive se separar em duas exposições itinerantes que prolongam e possibilitam maior amplitude de públicos em geral, especialmente das próprias comunidades negras envolvidas e de comunidades escolares.
por Mariana Balen Fernandes
A trajetória de luta das comunidades quilombolas no Brasil vem de longe, desde os povos africanos escravizados que aqui chegaram forçosamente e, ainda assim, mantiveram-se unidos, em coletividades, por meio de suas culturas, práticas cotidianas, religiosidades, modos de produção, formas de resistência, a despeito da dor e da violência sobre seus corpos e pensamentos. Assim como os povos indígenas, souberam dar acolhimento e dialogar com demais grupos oprimidos socialmente. Povos que deram forma e cor à nossa gente marcada pela ancestralidade e pela negritude enraizada no coração e na alma enquanto resistência contra toda forma de racismo e discriminação. Uma luta sem fim que traz sentido à nossa existência a partir do que nos foi ensinado, dia a dia, ao longo dos séculos, pelas famílias de pretos e pretas que compõem nossa sociedade. Enquanto resistência, as comunidades quilombolas adentram na luta por direitos de acesso aos seus territórios étnicos, a políticas sociais específicas às suas formas de vida em que pertencimento e vínculo a um grupo e território fundamentam suas trajetórias históricas e sociais. Reconhecimento, partilha e acolhimento são alguns dos termos que traduzem o sentido de quilombo no Brasil.
Fruto de transformações e disputas constantes, o território, por ter significados diversos e por agregar memórias e vivências, aqui é denominado como afrovivências. É dever do Estado garantir o acesso e título de propriedade às comunidades quilombolas – urbanas ou rurais, conforme dispõe a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) que confere direitos “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir lhes os títulos respectivos”. No Brasil, a existência de tais comunidades é secular, e o recente reconhecimento de seus direitos territoriais traz à tona novos modos de organização social e política de grupos culturalmente diferenciados fortemente marcados por suas práticas tradicionais, vínculos e pertencimento. A emergência étnica de tais grupos ocorre ao mesmo tempo da ampliação de políticas governamentais desenvolvimentistas voltadas ao agronegócio e às obras de infraestrutura que avançam sobre os territórios quilombolas.
Porém, diferentemente do que fora dito ao longo dos séculos pelo discurso eurocêntrico e formal, quilombolas, indígenas, ciganos, povos de terreiro, dentre tantos outros povos perseguidos pela sua condição, não mantiveram suas vozes silenciadas, senão por coerção; tampouco definiram sua historicidade a partir de uma suposta ausência de protagonismo. Ao contrário, conhecimento, liberdade, autonomia, autossustentabilidade, mobilização, cidadania, equidade, coletividades e tradicionalidades traduzem boa parte do que pode ser compreendido acerca dos povos e comunidades tradicionais no Brasil enquanto sujeitos coletivos de direito – a tão referida ancestralidade, termo que evoca toda espécie de sentimento a um passado, presente e futuro comuns.
Atualmente, cerca de 3.475 comunidades quilombolas no Brasil foram reconhecidas pela Fundação Cultural palmares. Destas, 134 são do Rio Grande do Sul. Algumas serão aqui retratadas como memórias negras no contexto de reconhecimento tanto da contribuição dos quilombos, de ontem e de hoje, para nossa formação cultural, mas também, e principalmente, em termos de filosofia de vida contida nos modos de agir e pensar solidários, a despeito dos inúmeros processos de discriminação, racismos e expropriação territorial. Acesso à terra, aos recursos naturais, à educação, à saúde, à vida digna; direito negado pela lógica da branquitude que desqualifica e violenta todo e qualquer ser ou grupo que ouse afrontar seu poder de dominação pelo simples fato de ser e existir.
Fato é que ninguém briga sozinho! Redes de apoio são um aprendizado. As comunidades quilombolas, há muito tempo, são formas de organização e representatividade social e política. Hoje, em associações comunitárias, unem-se aos movimentos de acesso à cidadania, à terra, contra o racismo, feminicídio, homofobia, intolerância religiosa, desrespeito à diversidade de formas de vida humana, dentre tantas outras lutas em que a injustiça social fere e mata. Lugar comum compartilhado, os territórios quilombolas agregam memórias familiares, espaços sagrados, ritos de fortalecimento e continuidade de suas práticas tradicionais, de resolução de conflitos e de formação da consciência política; garantem sua autonomia e seu lugar na sociedade. Lugar de acolhimento, a memória é então evidenciada; história contada que nos foi ensinada e hoje partilhada nesse território comum denominado “exposição”.
Pela sabedoria e ensinamentos, pela dignidade, altivez e exemplos de luta e resiliência, por nunca nos fazer esquecer o passado e por permitir caminharmos lado a lado, pela negritude/pretitude e pela herança ancestral, agradecemos todas as comunidades quilombolas, em especial as aqui representadas.
No ano de 2021 a UFRGS e a Unipampa abriram processos para o reconhecimento de Oliveira Silveira como Doutor Honoris Causa. Jonas Brum. Porto Alegre (2021).
Oliveia Silveira recebendo o Troféu Zumbi, obra de Américo Souza, concedido pela Associação Satélite[1]Prontidão. Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. Porto Alegre (1999).
Oliveira Silveira recebendo a homenagem Tesouro Vivo Afro-brasileiro no II Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros. Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. (2002).
Oliveira Silveira e poeta Luiz Silva, o Cuti. Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. (1992).
Oliveira Silveira com cerca de vinte e cinco anos na sacada da Casa do Estudante da Associação da Juventude Católica (JUC). Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. Porto Alegre (1960).
Oliveira Silveira e Oswaldo de Camargo. Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. Porto Alegre (sem data).
Casamento de Oliveira e Julieta. Autor: [Desconhecido. Acervo particular]. (1967).
Última foto ao lado da filha Naiara e dos netos, Thales e Elias. Autor: [Clélia Silveira Machado. Acervo particular]. (2008).
Em bem montada reportagem, ilustradas com versos de Solano Trindade e prosa de Oliveira Silveira, duas expressões da poesia negra contemporânea, o jornal Zero Hora, na edição dominical de ontem, evoca o episódio épico do Reino dos Palmares. O maior e mais importante de todos os Quilombos onde a turba escrava deixou indelével, por entre as brumas da conformidade, aparente o espírito da revolta contra a senzala […]. Tem essa reportagem o fito de memorar, na data de hoje, o transcurso de morte estoica de Zumbi, o legendário Rei […]. Ressaltam os autores da reportagem em tela, que, tendo sido a República dos Palmares a maior afirmação da dignidade humana, da capacidade do homem negro e sua valorização da liberar, entendem que nesse Quilombo Gigantes, e não em 13 de maio, refulge o momento culminante da história negra no Brasil.
por Giane Vargas
Ao repensarmos o conceito de Clubes Sociais Negros desenvolvido pelo Poeta da Consciência Negra, Oliveira Silveira e a Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros, no ano de 2008, faz-se importante questionarmos onde está o sagrado em cada um desses espaços associativos e qual o futuro desses lugares de memória e resistência negra? Ao completarmos 50 anos do 20 de Novembro, é importante refletirmos sobre quais são os caminhos para o reconhecimento dos Clubes Sociais Negros como patrimônio cultural material e imaterial do Brasil. Por que muitos Clubes Sociais Negros desapareceram? Por que alguns Clubes Sociais Negros permaneceram?
Muito mais do que uma resposta a essas indagações, esta exposição pretende deixar inúmeras outras reflexões que podem dar conta de responder ao que está para além do que vemos. Quais as razões do fechamento de muitos Clubes Sociais Negros? Burocracia? Problemas de gestão? Cobrança de impostos abusivos? Especulação imobiliária? A exploração do ECAD? O racismo e a pressão dos vizinhos para que os clubes fossem descentralizados, muitas vezes de forma violenta? A exclusão digital, o racismo estrutural e institucional que impede o acesso às políticas públicas culturais? No período em que o mundo inteiro está sendo assolado pela pandemia Covid-19, é fundamental pensarmos no papel social, educativo, pedagógico, cultural, estético e político que os Clubes Sociais Negros seguem exercendo. Alguns têm conseguido driblar as intempéries utilizando-se das novas tecnologias e redes sociais para se manterem vivos e visíveis enquanto Pontos de Cultura. Outros seguem lutando pela sobrevivência na busca constante de recursos e fomentos externos, como as leis emergenciais de fomento à cultura e os abraços e apoios de suas comunidades de origem.
Nessa exposição, você vai se deparar com o ritual da festa e perceber que há um jeito negro de organizar os bailes, de se embelezar, de cuidar de si, das crianças, da juventude negra e das famílias negras. Vai conhecer histórias incríveis de rainhas negras imponentes que conquistaram títulos em certames de beleza. Vai perceber que, dentro dos Clubes Sociais Negros, há uma dinâmica específica e todos têm um papel importante, desde a organização do salão, da copa, das mesas minuciosamente preparadas para cada evento, com vistas a receber seus associados e convidados ao som de conjuntos, orquestras ou som mecânico.
As fotografias guardadas muitas vezes em caixas, nos guarda-roupas, nos álbuns de família, nos arquivos clubistas ou em porta-retratos sobre a mesa da sala impressionam pela imponência das imagens das diretorias de mulheres e de homens negros cuidadosamente vestidos, com autoestima elevada, autonomia e agência nos lugares que escolheram estar. Importante ressaltar as narrativas presentes nos jornais que deram origem à imprensa negra, as carteirinhas de associados que conferiam o sentimento de pertencimento a um lugar específico, os livros de atas em que deixaram registrado um discurso próprio, o teatro negro forjado no interior desses clubes, os times de futebol que deram origem às “Ligas dos Canelas Pretas”, os estatutos e as bandeiras com as cores escolhidas para representar o “meu clube”, o “meu espaço seguro”, a “minha segunda casa”.
E, para não finalizar, nós te perguntamos: quais são os elos que unem os espaços clubistas e quais as energias que movem cada um desses territórios negros? De que forma os Clubes Sociais Negros seguem mantendo o seu sagrado? Qual é a relação desses espaços com a ancestralidade africana? Onde mora o sagrado dos Clubes Sociais Negros?
Ao repensarmos o conceito de Clubes Sociais Negros desenvolvido pelo Poeta da Consciência Negra, Oliveira Silveira e a Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros, no ano de 2008, faz-se importante questionarmos onde está o sagrado em cada um desses espaços associativos e qual o futuro desses lugares de memória e resistência negra? Ao completarmos 50 anos do 20 de Novembro, é importante refletirmos sobre quais são os caminhos para o reconhecimento dos Clubes Sociais Negros como patrimônio cultural material e imaterial do Brasil. Por que muitos Clubes Sociais Negros desapareceram? Por que alguns Clubes Sociais Negros permaneceram?
Muito mais do que uma resposta a essas indagações, esta exposição pretende deixar inúmeras outras reflexões que podem dar conta de responder ao que está para além do que vemos. Quais as razões do fechamento de muitos Clubes Sociais Negros? Burocracia? Problemas de gestão? Cobrança de impostos abusivos? Especulação imobiliária? A exploração do ECAD? O racismo e a pressão dos vizinhos para que os clubes fossem descentralizados, muitas vezes de forma violenta? A exclusão digital, o racismo estrutural e institucional que impede o acesso às políticas públicas culturais? No período em que o mundo inteiro está sendo assolado pela pandemia Covid-19, é fundamental pensarmos no papel social, educativo, pedagógico, cultural, estético e político que os Clubes Sociais Negros seguem exercendo. Alguns têm conseguido driblar as intempéries utilizando-se das novas tecnologias e redes sociais para se manterem vivos e visíveis enquanto Pontos de Cultura. Outros seguem lutando pela sobrevivência na busca constante de recursos e fomentos externos, como as leis emergenciais de fomento à cultura e os abraços e apoios de suas comunidades de origem.
Nessa exposição, você vai se deparar com o ritual da festa e perceber que há um jeito negro de organizar os bailes, de se embelezar, de cuidar de si, das crianças, da juventude negra e das famílias negras. Vai conhecer histórias incríveis de rainhas negras imponentes que conquistaram títulos em certames de beleza. Vai perceber que, dentro dos Clubes Sociais Negros, há uma dinâmica específica e todos têm um papel importante, desde a organização do salão, da copa, das mesas minuciosamente preparadas para cada evento, com vistas a receber seus associados e convidados ao som de conjuntos, orquestras ou som mecânico.
As fotografias guardadas muitas vezes em caixas, nos guarda-roupas, nos álbuns de família, nos arquivos clubistas ou em porta-retratos sobre a mesa da sala impressionam pela imponência das imagens das diretorias de mulheres e de homens negros cuidadosamente vestidos, com autoestima elevada, autonomia e agência nos lugares que escolheram estar. Importante ressaltar as narrativas presentes nos jornais que deram origem à imprensa negra, as carteirinhas de associados que conferiam o sentimento de pertencimento a um lugar específico, os livros de atas em que deixaram registrado um discurso próprio, o teatro negro forjado no interior desses clubes, os times de futebol que deram origem às “Ligas dos Canelas Pretas”, os estatutos e as bandeiras com as cores escolhidas para representar o “meu clube”, o “meu espaço seguro”, a “minha segunda casa”.
E, para não finalizar, nós te perguntamos: quais são os elos que unem os espaços clubistas e quais as energias que movem cada um desses territórios negros? De que forma os Clubes Sociais Negros seguem mantendo o seu sagrado? Qual é a relação desses espaços com a ancestralidade africana? Onde mora o sagrado dos Clubes Sociais Negros?
Clipe da música “Oliveira Silveira sou eu e você!” feita pelo rapper e curador da exposição “Palmares não é só, são milhares: 50 anos do 20 de Novembro”, Rafa Rafuagi, em homenagem à Oliveira Silveira.
Governador
EDUARDO LEITE
Secretária de Estado da Cultura
BEATRIZ ARAUJO
Diretor do Departamento de Memória e Patrimônio
EDUARDO HAHN
Diretora do Museu Antropológico do RS
SYLVIA BLANCO BOJUNGA
Analistas do Museu Antropológico do RS
CARLA SOUZA DE CAMARGO
FELIPE BENITES TRAMASOLI
MARIA HELENA SANT’ANA
ROSSANNA PRADO PEREZ
Estagiárias(os) do Museu Antropológico do RS
CAROLINA LINDEN REPENNING
FERNANDO RODRIGUES SIQUEIRA SILVA
VITÓRIA FERREIRA PASSONI
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